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escrevivência...

Escrever para sobreviver, um blog que surge em período de quarentena e que convida todos quantos gostem de escrever a participar, diariamente, em desafios de escrita criativa.

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Escrever para sobreviver, um blog que surge em período de quarentena e que convida todos quantos gostem de escrever a participar, diariamente, em desafios de escrita criativa.

Dom | 07.06.20

O Caldo estava entornado, por Mafalda Soares Pinho

Escrevivência
O caldo estava entornado naquele dia de sol, apesar de estar calor eu não o sentia, e o dia deixou de ser verão. Ficou tudo de pernas para o ar e as nuvens do céu passaram a ser as ondas do mar. O vento parou, não mais assobiou, a noite ficou iluminada como se a lua estivesse acordada. E eu adormecida pensei que não mais fosses voltar, mas, olha bem para mim, e diz-me se dava para acreditar. Um jardim de rosas passou a ser de cravos e eu, que não sabia estar a sonhar, quis (...)
Ter | 02.06.20

A tempestade, por Mafalda Soares Pinho

Escrevivência
Quem me dera ser... A calma, o sossego. Aquela tranquilidade que tantas vezes mencionaste sem nunca sequer estares perto de saber que em mim mora a tempestade. Como aquela nuvem cinzenta que no céu se passeia revolta e ameaçadora prestes a estoirar numa dança de relâmpagos capaz de estremecer a estrutura de qualquer coração, mesmo que seja como o teu, feito de betão. Como aquele vento que assobia, aterroriza, capaz de levar no ar o telhado que abriga qualquer alma, mesmo que seja co (...)
Qua | 27.05.20

Pulseira de flores, por Mafalda Soares Pinho

Escrevivência
Eu poderia pegar nas batidas do teu coração e delas fazer a mais bela canção. Poderia pegar no teu doce olhar e, com ele, ofuscar o mais intenso luar. Poderia, também, fechar-te num jardim e ter-te, ter-te, só para mim. E seria sempre primavera, seria como se não houvesse frio, aquele frio que me gela. Seria o nosso mundo, o nosso espaço, o mais belo, seria o nosso canto. Nesse jardim, adivinho o teu perfume espalhado pelo ar, como chuva de verão, como música das ondas do mar. E (...)
Qua | 20.05.20

Comecei a amar-te, por Mafalda Soares Pinho

Escrevivência
Comecei a amar-te no dia em que te abandonei e, como numa história escrita num livo, não sei onde te deixei. Ficaste parado, algures a caminho do coração, onde te abrigaste de algum medo, não sei, ou até da própria solidão. Não sei dizer se te deixaste cobrir por aquelas trevas que eu própria criei ou se fui eu, eu mesma, que realmente te abandonei. Se queres a verdade, acho que não teria coragem de te deixar, ainda por cima quando percebi que te estava a amar. Então como posso (...)
Dom | 03.05.20

Milagre invertido, por Mafalda Soares Pinho

Escrevivência
Pensei ser a tua salvação, pensei ser o teu amparo, pensei ser o aconchego ao teu coração, o teu beijo, o teu abraço. Pensei ser a tua proteção e também o teu acolhimento, pensei ser a tua ambição, o teu porto de abrigo em qualquer momento. Mas afinal estava errada e não demorei muito a perceber, és tu a essência da minha alma, a salvação, o meu viver. Eu não seria tudo se tu fosses nada, e anjo tu és, caído de um céu que desconheço, deste- me o significado da palavra (...)